de Kimiyoshi Yasuda
com Miwa Takada, Mikiko Tsubouchi, Shinobu Araki, Jun Fujimaki, Ryutaro Gomi, Jun Hamamura, Ikuko Môri
Sempre piso em ovos pra falar do cinema de horror japonês. O que sei de cultura japonesa, ainda mais dos anos 60, não vai muito além das Wikipédia da vida e a barreira do idioma continua sendo um problema, mesmo na era do google translator (para algo mais aprofundado, recomendo os dois artigos da Biblioteca Noturna). Mas, afinal, a ideia das "reminiscências" sempre foi focar nas impressões pessoais e, nesse aspecto, a própria inefabilidade do conceito de yokai contribui muito no impacto que esses filmes têm sobre mim. Pra quem não sabe, yokais são... bem, "aparições estranhas" (é sério, tá lá no Wikipedia!😅), entidades do folclore japonês que parecem se caracterizar, acima de tudo, pela esquisitice. Cinematograficamente falando, caem como uma luva tanto nos kaidan-eiga (histórias de fantasmas) quanto tokusatsu, dando margem para os mais fantásticos desvarios com animações, bonecos, fantasias, trucagens e outras técnicas "mágicas" de efeitos práticos old school. Tem mulheres que esticam o pescoço (ou com boca atrás da cabeça), feiticeiras gigantes assombrando leitos de rio, fantasmas sem rosto nas encruzilhadas, monstros de um olho só emboscando viajantes e até guarda-chuvas beijoqueiros😳, simplesmente não há limite pras bizarrices que vão se sobrepondo numa estrutura de "causos" dentro de "causos" narrados à luz de velas! Escrito assim, pode até soar meio engraçado (e é!) mas não se surpreenda se, depois da sessão, se flagrar tendo sobressaltos com sons estranhos e aparentes movimentos na penumbra do quarto.😉
À propósito, recomendo baixar o quanto antes, enquanto os torrents ainda têm seeds. Os velhos DVDrips eram quase impossíveis de achar, mesmo em fóruns especializados e nada indica que os BRrips não vão seguir o mesmo padrão, no máximo em alguns meses. E lembrem-se: só uploaders vão pro céu (especialmente os que não enchem o saco por créditos😜).
de Yoshiyuki Kuroda
com Yoshihiko Aoyama, Hideki Hanamura, Chikara Hashimoto, Hiromi Inoue, Mari Kanda, Takashi Kanda, Akane Kawasaki, Gen Kimura, Hajime Kimura, Ikuko Môri
...mas juro que se tivesse assistido esse negócio quando EU era criança teriam que me benzer (de novo) pra voltar a dormir de luz apagada!😱😅🖤
Mas deixando de lado, por agora, a superioridade do cinema infantil de antigamente,😜 uma das coisas mais legais desse segundo filme é a chance de conhecer um pouco melhor as entidades folclóricas que, nos outros dois filmes, só aparecem de forma bem an passant. Seres como o Kappa (o diabinho das águas), a Futakuchi Onna (a mulher de duas caras), o Kasa Obake (o impagável "yokai guarda-chuva"), a Rokurokubi (a mulher que estica o pescoço), o Abura Sumashi (um tipo de versão original do Yoda que lidera o bando) e o Nuppeppō (hmm... talvez seja melhor não perguntar sobre esse🤔). Particularmente eu prefiro a pegada mais kaidan-eiga (histórias de fantasma) do filme anterior, mas se você for fã dos monstros gigantes dos kaiju-eiga e dos "super-heróis" bizarros dos tokusatsu esse aqui tem tudo pra virar o seu filme de referência... e do coração.😉
de Yoshiyuki Kuroda & Kimiyoshi Yasuda
com Kôjirô Hongô, Pepe Hozumi, Masami Burukido, Mutsuhiro, Yoshito Yamaji, Bokuzen Hidari, Shinjiro Akatsuki, Saburô Date, Ryûtarô Gomi, Kazue Tamaki, Mutsuhiro Toura
Porém (da mesma forma que rolava com Alien 3), a proposta começa a fazer mais sentido nas revisões. É como um recuo estratégico depois de um passo que, por mais que na época tenha feito sentido, no fim acabou se revelando um tanto além da perna, praticamente mudando o caráter e até mesmo o gênero da série. O que fazer depois disso? Seguir em frente e seja o que Buda quiser? Ou tentar resgatar a proposta original? Independente do que se possa pensar, não há respostas certas aqui. A opção escolhida foi pela volta às origens e é nessa chave que a audiência deve modular as expectativas. Dito isso, há momentos arrepiantes com as entidades (re)apresentadas na sua forma mais ambígua e sinistra e, por mais que não tenha como resgatar o impacto do primeiro filme (e alguns momentos de humor pastelão também pareçam bem deslocados), não deixa de ser um encerramento digno para uma das séries mais inusitadas do horror japonês naqueles loucos (e maravilhosos) anos 60.🥰
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